segunda-feira, 29 de junho de 2009

Poema "O Pintinho", para o Ensino Fundamental

O Pintinho

Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes

Pintinho novo, pintinho tonto
Não estás no ponto, volta pro ovo.
Eu não me calo, falo de novo:
Não banque o galo, volta pro ovo.
A tia raposa não marca touca,
Tá só te olhando com água na boca.
E se ligeiro você escapar,
Tem um granjeiro que vai te adotar.

O meu ovo está estreitinho
Já me sinto um galetinho.
Já posso sair sozinho,
Eu já sou dono de mim.
Vou ciscar pela cidade,
Grão-de-bico em quantidade,
Muito milho e liberdade
Por fim.

Pintinho raro, pintinho novo
Tá tudo caro, volta pro ovo
E o tempo inteiro terás pintinho
Um cozinheiro no teu caminho.
Por isso eu digo e falo de novo:
Pintinho amigo então volta pro ovo.
Se de repente você escapar
Num forno quente você vai parar.

Gosto muito dessa vida ensopada ou cozida.
Até assada é divertida com salada e aipim.
Tudo lindo, a vida é bela, mesmo sendo à cabidela,
Pois será numa panela meu fim.

Por isso eu digo e falo de novo:
Pintinho amigo então volta pro ovo.
E se ligeiro você escapar
Tem um granjeiro que vai te adotar.

Comentário:
Este poema poderia ser trabalhado pelo professor em sala de aula ao tratar temas como cadeia alimentar e desenvolvimento embrionário das aves.
No primeiro, o docente poderia utilizar os trechos "A tia raposa não marca touca, /Tá só te olhando com água na boca. /E se ligeiro você escapar, /Tem um granjeiro que vai te adotar" e "E o tempo inteiro terás pintinho /Um cozinheiro no teu caminho" para fazer com que os alunos reflitam antes de iniciar uma aula. Desta maneira os alunos serão apresentados a um tipo de arte, além de aprenderem um novo conteúdo.
O segundo tema abordado no trecho "O meu ovo está estreitinho /Já me sinto um galetinho. /Já posso sair sozinho, /Eu já sou dono de mim", poderia ser utilizado na finalização de uma aula sobre o desenvolvimento embrionário de aves, como sendo a situação vivida pelo animal, porém sempre ressaltando que a fala da música não condiz com a realidade, e sim trata-se de uma visão dos autores do poema, para deixá-lo mais interessante ao público infantil.

domingo, 28 de junho de 2009

HQ "O medo do cacique" para Ensino Médio




A historinha “O medo do cacique”, do Papa Capim, pode ser usada, primeiramente, para levantar questões sobre reinos, filos, classes, ordens, gêneros e espécies. Deve-se falar que todos os seres vivos que aparecem na historinha, inclusive o homem, são parte do reino Metazoa. Desses, exceto o pernilongo, são parte também do filo dos Cordados. A partir disso, cada um deve ser explorado separadamente do outro, pois são de classes, ordens gêneros e espécies distintas.

Como o primeiro animal a aparecer é a cobra, pode-se introduzir a classe Reptilia e algumas ordens dentro da mesma, como a Crocodilia (que são a dos crocodilos e jacarés, que inclusive aparece no final), a ordem Squamata (que inclui lagartixas, serpentes, lagartos), e a ordem Testudinata (cujos representantes são tartarugas, cágados, jabutis). Deve ser reforçado que, assim como o cacique diz na historinha, o jacaré não é uma “lagartixa”. Eles somente são integrantes da mesma classe. Pode-se também citar algumas espécies de serpentes, para que o aluno se familiarize com tal conceito.

Quando o cacique chama a cobra de “minhoca crescida”, há uma abertura para explorar o filo Annelida, explorando as classes presentes no mesmo (Poliqueta, Oligoqueta e Hirudínea), frisando que as serpentes não são minhocas crescidas, mas sim animais pertencentes a filos diferentes. Com a aparição da onça-pintada, pode-se explorar a classe Mammalia, acrescentando que aquilo que o cacique disse sobre a onça ser “apenas um gatinho” não é verdade, pois ambos são parte da mesma família, a dos Felinos, mas não da mesma espécie.

Por fim, aparece o pernilongo. Nesse caso, é necessário introduzir o filo dos Artrópodes e a classe Hexapoda, bem como as outras classes presentes no mesmo filo (Aracnídeos, Crustácea, Diplópodes e Quilópodes), citando representantes das mesmas.

A historinha também pode ser usada para explorar doenças parasitárias, como a malária. Nesse caso, deve-se falar das doenças existentes, dos sintomas de cada uma, formas de tratamento, quais as medidas profiláticas para evitar a contaminação, o agente transmissor e seu ciclo de vida, bem como hospedeiros intermediários e definitivos, o tipo de parasita causador (protozoário, bactéria, vírus).

No caso da malária, falar que o mosquito Anopheles, que transmite o protozoário causador da doença, gosta de água parada para botar os ovos. Dos ovos saem larvas, que sofrem metamorfose, viram ninfas e, das ninfas, saem os mosquitos. Discutir os sintomas, que são febre e calafrios, explicando o porquê dos mesmos, que é o rompimento das hemáceas causado pelo parasita.

HQ "O bicho homem" para o Ensino Médio





Na historinha “O bicho homem”, da revista Chico Bento, há diversos assuntos que podem ser abordados. Ela poderia ser apresentada tanto como uma maneira de levantar questões quanto ao final de um ciclo de aulas sobre homem e meio ambiente, a fim de sintetizar os conteúdos aprendidos, finalizá-los e integrá-los.

Se a historinha for usada como instrumento problematizador, primeiramente seria abordado o conteúdo sobre cadeias alimentares, passando dos microrganismos aos animais vertebrados. Depois, em um segundo momento, a historinha seria usada para abordar questões atitudinais, falando sobre a ação do homem no meio ambiente. Poderiam ser abordados temas como a caça, extinção de animais, destruição do equilíbrio da natureza pelo homem, poluição dos mananciais de água e do ar, desmatamento, as implicações de tais atividades antrópicas para o planeta e, consequentemente, para o próprio homem, tais como o aumento do efeito estufa, aumento da quantidade de lixo no planeta, diminuição da camada de ozônio, derretimento das geleiras.

Em um terceiro momento, seriam exploradas as maneiras pelas quais o homem tem tentado diminuir o impacto ambiental, explorando temas como reflorestamento (enfatizando que as plantações de monocultura não são consideradas áreas florestadas), projetos de reflorestamento criados por empresas, projetos de reabilitação de animais capturados pelo próprio homem com o intuito de devolvê-los à natureza, a tentativa de reverter o processo de extinção de alguns animais, a reciclagem do lixo (falando sobre a redução e a reutilização).

Em alguns pontos, deve-se tomar cuidado. As ilustrações do começo, sobre a cadeia alimentar, mostram sempre seres maiores alimentando-se de menores, o que nem sempre é verdade. No caso do parasitismo, hóspedes, muitas vezes menores que seus hospedeiros, alimentam-se de pedaços ou fluídos do mesmo. Na ilustração sobre o cuidado com os animais em extinção, é mostrado um homem com um macaco no colo. Nesse momento, deve ser explicado que o contato homem-animal selvagem pode ser perigoso em vários sentidos, podendo ocorrer ataques do animal ao homem, bem como a transmissão de doenças de um para o outro. Deve-se deixar claro que tal contato deve ser restrito somente a profissionais especializados.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Poemas de Luis Fernando Verissimo

Oi gente.
Eu já conhecia esse poema do Luis Fernando Verissimo que algum grupo postou. Fui procurar mais alguns dele para ver se tinha um bom pra preparar aula, e achei esse site:

http://ribeirobr.blogspot.com/2009/04/textos-falsos-atribuidos-luis-fernando.html

É interessante dar uma olhadinha, porque fala que vários poemas atribuídos ao Luis Fernando Verissimo, na verdade não são dele, inclusive esse, "Exigências da Vida Moderna" (que é de autoria desconhecida). Na verdade, a maioria dos poemas dele que eu conhecia, não são dele!
É bom saber porque às vezes a gente vai mostrar um poema desse em sala de aula e acaba passando isso de autoria errada pra outras pessoas.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

História em quadrinhos Bichinhos de Jardim - Esquistossomose


A história em quadrinhos dos Bichinhos de Jardim poderia ser utilizada como recurso em uma aula de Ciências ou Biologia em que o assunto abordado fosse sobre doenças parasitárias – esquistossomose.
Inicialmente, entregaríamos a tirinha para os alunos lerem e interpretarem. A partir disso, questionaríamos o motivo do caramujo ter aparecido no livro.
Com as respostas, discutiríamos a esquistossomose através de ciclos de vida, identificando os hospedeiros intermediário (caramujo) e definitivo, o vetor da doença, transmissão, sintomas, profilaxia, etc.
Para finalizar, haveria uma explicação geral sobre algumas doenças parasitárias, com o objetivo de mostrar aos alunos que existem outras doenças com diferentes hospedeiros definitivos e intermediários.
A HQ também poderia ser usada em uma aula sobre animais invertebrados, em que, ao falar sobre os moluscos e sua importância para o homem, inseríssemos a tira para ilustrar que o caramujo é o hospedeiro intermediário da doença esquistossomose, a qual afeta o homem, e fazer uma breve abordagem sobre a doença.

Exigências da vida moderna (Autor desconhecido)

Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C.
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.

Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.
E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe
bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e
tiver um derrame, nem vai perceber

Todos os dias deve-se comer fibra.
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.

Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.

Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia...

E não esqueça de escovar os dentes depois de comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da
laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental,
massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um
equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai
passar ali várias horas por dia.

Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia,
mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito.

As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora

(por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a
voltar, ou a meia hora vira uma).

E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser
regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando
eu estiver viajando.

Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia
para comparar as informações.

Ah! E o sexo!
Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina.
Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução.
Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico.

Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e
espero que você não tenha um bichinho de estimação.
Na minha conta são 29 horas por dia.

A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo
tempo!!!
Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos junto com os seus pais.
Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher na cama.

Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se
sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.

Agora tenho que ir

É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao
banheiro.
E já que vou, levo um jornal...
Tchau....
Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail.

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Esse poema fala da imensa quantidade de informação que recebemos todos os dias, através de vários meios (Internet, televisão, amigos, etc.), além da correria do dia a dia.
Veríssimo critica a quantidade de mensagens que recebemos para manter a boa saúde (comer muita fibra, tomar uma taça de vinho por dia), e depois fala de como levar a vida de maneira saudável (dormir 8 horas por dia, andar meia hora por dia). Será que uma pessoa realmente consegue se submeter a tantas regras de “vida organizada”? Esse sentimento de confusão acaba gerando estresse.
A partir do poema podemos trabalhar o tema “Vida Saudável” para uma sala de Ensino Médio.
Primeiramente, perguntaríamos: “Para você, o que é ter uma vida saudável?”.
Discutiríamos as respostas e depois entregaríamos o poema para os alunos lerem.
Discutiríamos também o poema, tentando relacionar com o que eles falaram anteriormente, e mostrar que vida saudável não é apenas aquela com ausência de doenças, mas sim diversos pontos importantes, como citados no poema.
Como atividade prática, solicitaríamos aos alunos que fizessem uma lista sobre suas atitudes do dia a dia e, com base no poema lido, propusessem uma melhoria nos seus próprios hábitos para que possuam uma vida saudável.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Tema: Reciclagem (Ensino Fundamental)

Música: A música pode ser usada para iniciar uma aula sobre a coleta seletiva e reciclagem, suscitando discussões sobre o destino dos resíduos domésticos, o que é e qual a importância da reciclagem, entre outras questões.


Reciclagem
(Castelo Rá-Tim-Bum - Ratinho )

Uma cesta é muito bom,
Quatro cestas é melhor.
Uma lata quando fica
toda torta, velha, amassada,
tá pedindo...
- Ah! Eu quero a minha cesta,
Quero voltar prá minha cesta,
me joga lá vai!
Ah Ah, nasci de novo!
Cesto fantástico,
vire cartola.
Faça o plástico,
virar bola.
Abracadabra,
carrapato, carambola vai...
e vira bola e vira pato e
vira carro hum, hum.
Num papel eu desenhei.
Eu olhei e não gostei.
Mandei prá cesta
o meu papel
Hum, hum....
sabe o que aconteceu?
Ele rodou, virou, dobrou,
dobrou e foi pro ceú.
Era uma vez,
um vidro verde
um rato azul malabarista,
girando garrafa
com panca de artista.
De repente surgiu,
uma cara de palhaço
teve gente que aplaudiu
eu vi garrafa no espaço...
O palhaço abriu a boca
mastigou, mastigou,
mastigou e cuspiu
tin, tin, tin, tin,
três copos cantando em trio.
Cantando o quê?
Cantando o rap do Re,
o rap do Ci,
o rap do Clar.
Lata, plástico, papel e vidro,
vão reciclar, é prá acabar.
Vou repetir mais uma vez,
Você limpa bem o seu ouvido:
Lata, plástico, papel e vidro
cada um tem uma cesta especial.
Tá bom não falo mais, Tchau!